Nilo Peçanha, comprometido com a oligarquia fluminense, mesmo tendo permanecido um curto período na Presidência, criou em 1910 a Comissão Federal de Saneamento da Baixada Fluminense. O objetivo da comissão era coletar documentos e cartas sobre a região e realizar um conjunto de obras de saneamento, através da empresa alemã Gebrueder Goedhart A.G (que ofereceu o menor preço e por isso ganhou o contrato). A comissão identificou como um dos principais problemas da Baixada a falta de conservação, como por exemplo a constante obstrução dos canais em função do abandono das terras associado a retirada dos Jesuítas de suas propriedades, das quais foram expulsos em 1760 e aos aterros feitos por ocasião da construção das estradas de ferro que terminaram por produzir novos pântanos e consequentemente, o esvaziamento do lugar (em função das doenças que ali existiam). A partir das fontes (documentação levantada nos arquivos Nacional e do Estado do Rio de Janeiro), articula-se a atuação da Comissão de Saneamento promovida pelo governo federal durante a República Velha com o intuito de identificar os objetivos, as articulações políticas e a dinâmica que imprimiu ao território. Por tratar-se de uma pesquisa extensa e em sua fase inicial os resultados devem ser considerados como preliminares, uma vez que estão sendo priorizados a coleta dos dados. Mas o que já podemos observar até o presente momento é a importância dos estudos realizados por esta Comissão para as futuras intervenções, principalmente a Segunda Comissão Federal de Saneamento na década de 1930.